sábado, 21 de agosto de 2010

Profundidade


As pessoas me desorganizam
mais do que eu posso me organizar.
E, apesar de sermos bípedes, não
caminhamos juntos.
Cada vez menos eu vejo semelhança
entre meus semelhantes.
Não enxergo asas e nem quem
queira voar.
Não enxergo ideias, pensamentos
e reflexões aeroplanas.
Ninguém mais pé no chão.
Todos na lama.
Ninguém mais cabeça nas nuvens.
Todos despencando delas.
Quando meus olhos insistem,
só querem de volta alguém
para sonhar junto. Alguém que
veja uma coerente semelhança
não resumida à superfície.

3 comentários:

Jayane Ribeiro disse...

É uma grande ansiedade em relação às pessoas, não acha? Tenho notado isso nos seus textos - uma grande espera de algo/alguém.

Bem, lá fora é rápido mesmo, às vezes a gente fica pra trás e isso frusta, nem tanto pelo que destoa de todo o resto, mas pelo que poderia ter sido feito e pela ausência desse algo - "Quando meus olhos insistem, só querem de volta alguém para sonhar junto. Alguém que veja uma coerente semelhança
não resumida à superfície."

Eu gosto do que você escreve.

Ludi disse...

"Quando meus olhos insistem,
só querem de volta alguém
para sonhar junto. Alguém que
veja uma coerente semelhança
não resumida à superfície."

achei lindo e sinto igual.
bjos adorei o blog.

Igres Leandro disse...

Ah, Ludi! Que bom! É isso o que eu quero: pessoas que sintam o mesmo.

=]