domingo, 30 de janeiro de 2011

MINIATURAS #7

A gente pode apanhar muito na vida, contanto que o coração continue batendo mais forte.

sábado, 22 de janeiro de 2011

MINIATURAS #6

Código captcha da vida: oftalmotorrinolaringologista.

É, acertar de primeira não é fácil não.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

MINIATURAS #5

Queria logo ir de volta para o futuro, porque é melhor do que ficar caçando fantasmas do passado.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DREAM, DREAM

Os verdadeiros sonhos,
tão belos e difíceis de
alcançar, flutuam sobre
nossas cabeças.
Eles são luzes neon,
escapam pelos dedos,
incorpóreos, secretos.
Os verdadeiros sonhos
têm lábios e olhos
como os seus; têm
fases e crateras como
a lua.
Sonhos doces que não
enjoam o paladar.
Um açúcar eterno,
cristalino, alvo, reluzente.
Sei não, acho que esses
sonhos vivem
somente no coração.

sábado, 8 de janeiro de 2011

NÃO FUI EU

Ando pensando
em deixar esse EU
meu dar uma volta,
respirar um ar, viajar.
E eu fico sentando,
olhando, curioso.
Para onde o EU vai?
E sabem por quê?
Porque EU vem com peso.
É cimento-vocábulo-concreto.
Um peso nas costas, procuro
livrar-me.
Vai eu, anda, deixa esse corpo
teu que vive de aperto na garganta.

LANÇA

Vontade de um dia
escovar os dentes com comida.
Vontade de um dia
acordar dormindo.
Vontade de um dia
sintonizar uma estação de rádio na cabeça.
Vontade de um dia
trocar os braços pelas pernas.
Vontade de um dia
ser verde clorofila.
Vontade de um dia
gravitar.
Vontade de um dia
cavar um túnel até o Japão.
Vontade de um dia
saber se virar do avesso
é melhor do que permanecer
-atravessado-.

SÓ UMA ELA

Elas são todos os aromas.
Elas vivem por aí, com seus
cabelos esvoaçantes, com seus
cílios falantes, com seus
lábios arquejantes, suas
peles resplandecentes.
E todas elas, todas elas,
enxergam na minha poesia
uma beleza distante, desconexa
das mãos do escritor.
Elas enxergam em mim o
recém-nascido do casulo,
escondido sob os óculos,
sob a barba.
Armadura que eu mesmo
construí. Soldada, blindada,
quase intransponível, repelente.
Armadura que ninguém habita.
Armadura que sou eu, por
ser assim.
Mas espero que, nesse crivo
demente haja fendas, e que
em uma delas passe gente.
E que, algumas delas, sejam elas.
Seja ela, corrigindo-me.
Acredito na monogamia, no
casamento e em canções de amor,
por mais ridículo que isso for.
Acredito nela, e para ela,
minhas perturbações serão charme.
Minhas críticas serão espertas.
Minha descrença será uma forma
alternativa de amor à vida.
E nela, os cabelos serão o próprio
vento. As manchas e sinais serão
meu mapa. O hálito será o frescor
da vida.
Nós, eu e ela, seremos cobertores,
um do outro. Nós seremos televisores
dessincronizáveis. Porque com vocês
outros, não há, e penso que nunca
haverá nenhuma ligação.
Então aguardo por ela, numa calçada,
sob a chuva que borra tudo.
Aguardo de guarda-chuva aberto.

À mãe dos meus filhos. Assine
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